Ela estava linda. O vestido branco lhe caíra muito bem. Todos aqueles bordados, rendas, rosas, tudo a fazia mais bela. Um celular que não fazia parte da vestimenta, uma lágrima que preenchia os olhos maquiados da mais delicada cor. Era ele. Uma palavra, não precisava de mais de uma para entender. Com uma palavra ele destruíra tudo: o vestido branco, as rosas, as luzes. Somente uma palavra. Ele não viria.
Naquele momento ela desejou ter um buraco, uma caverna para se esconder. Queria que no meio daqueles prédios, que daquele asfalto brotasse uma rocha, na qual pudesse se perder e nunca mais ser encontrada. Preferiu ficar apática em vez de falar qualquer coisa a quem quer que fosse.
Não lembrou de mais nada, só que estava deitada em sua cama. Já não vestia o lindo vestido branco, agora ele estava longe de seu olhar. Estava escuro, quente e escuro. Retirou os lençóis de cima de si, sentou-se. Que horas eram? Estava escuro, poderia ser noite ou dia, dependia do volume das cortinas. Lembrou. Voltou a deitar e chorou.